Ontem, ao chegar em casa,
uma situação me incomodou. Vi várias crianças, tarde da noite, andando pela rua
e conversando sobre coisas que eu nem ao menos sonhava em saber, quando tinha a
idade delas (não que eu me lembre). Tal situação me fez refletir sobre algumas
questões: Quando foi que nossas crianças deixaram de ser crianças? Quando foi
que elas passaram a brincar de ser adultos com tanta veracidade? O que fazem os
pais dessas crianças enquanto elas estão na rua, vivendo em bandos, quase que
em gangues?
Me lembro bem que quando eu era
criança o toque de recolher da minha mãe era fiel e severo, ai de mim se, mesmo
respeitando, chorasse no momento de voltar para casa. Brincadeiras na rua
tinham um limite de distância, que não ultrapassava 100 metros da minha casa.
Ir à escola sozinho foi algo que só chegou à minha vida aos 11 anos. Sempre fui
fiel aos estudos e não desapontava meus familiares nesta área. Mas, mesmo
assim, minha mãe era irrepreensível em sua forma de educar e corrigir, pois
sempre acreditou que o caráter é uma característica respeitável e
transformadora da sociedade.
Em nossa bandeira está
estampada a frase “Ordem e Progresso”, porém, ordem é uma coisa que a cada dia
fica mais escassa. E o progresso então, melhor nem citar.
O que poucos sabem é que o
lema nacional da República Federativa do Brasil é a forma abreviada do lema de
autoria do positivista francês Augusto Comte:
"O Amor por princípio, a Ordem por base e o Progresso por fim".
As chuteiras onde o amor foi
amarrado, como dizia uma canção recém-cantada por toda a nação, durante um
lance no vazio, foram lançadas na lama e com elas foi-se embora aquele que
deveria estar dentro do nosso coração: o amor.
Por que esqueceram
justamente do principal, do essencial, do primordial? Como pode o amor ter
ficado para traz como algo desnecessário, deixando de exercer um papel tão
fundamental?
Ao final da minha reflexão
uma frase fica cravada em meu coração:
Somente quando o amor de Cristo for o princípio,
alcançaremos a ordem e o progresso.
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