sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Os reincidentes

Bonde da Stella



Por Marcio Souza

Como no Flamengo polêmica pouca é bobagem, ainda mais quando eleições se aproximam, a semana em que se comemorou o dia do flamenguista não poderia ser diferente.

Não bastasse a enxurrada de críticas com relação ao futebol apresentado nas últimas sete rodadas, com seis derrotas na bagagem e a possibilidade de G4 mais difícil de acontecer, um grupo de jogadores resolveu mostrar que vivem em um universo paralelo, onde a equipe parece estar brigando pelo título e jogando o fino da bola. Quatro desses atletas possuem passagem na mídia pelo mesmo crime, o de não se importar com o clube, muito menos com os torcedores.

Everton, Pará, Paulinho e Marcelo Cirino são os que parecem viver nesse universo paralelo e que chamo de reincidentes. No começo do Brasileirão, a equipe carioca se via na zona de rebaixamento, um treinador em fim de carreira (Luxemburgo), e um futebol medíocre. Nada como tirar uma foto com cerveja e muita alegria para contrastar com a situação do clube na tabela. Cinco meses depois, o “Bonde da Stella”, como estão denominando o bando, têm a mesma ideia de curtir uma festa, mas agora "sem fotos", inocentes, e escolhem uma data inoportuna mais uma vez, não esperavam que a balada vazaria na imprensa, a diferença é a mudança de um componente, sai Anderson Pico e entra Alan Patrick.

Não quero aqui restringir ou até mesmo surrupiar o direito de ninguém em ir a festas ou promover reuniões regadas à cerveja e mulher, mas que sejam profissionais e façam isso em suas folgas, como nós, reles mortais, não no intervalo entre um treino e outro.

Romário, Ronaldo e Renato Gaúcho faziam isso com maestria, calavam a mídia e as criticas da torcida com gols e bom futebol, vocês não possuem tanto talento assim.


Que nesses dias de afastamento, o “Bonde da Stella”, principalmente os reincidentes, comecem a procurar seus empresários em busca de novos rumos, porque vocês debocharam de quem não devia, da nação rubro-negra. 

Foto: globoesporte.com

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Realidade jogada para baixo do tapete

Por Marcio Souza

Sabe aquela sujeirinha que jogamos embaixo do tapete com a promessa de que no dia seguinte iremos limpar e no fim acabamos esquecendo?

Pois bem, a CBF fez isso em 23 de novembro de 2012, quando demitiu Mano Menezes e usou desse artifício para esconder a má gestão do nosso futebol e os interesses particulares, onde só os que detêm o poder da confederação ganham. Não nos demos conta de tal sujeira pelo fato da seleção brasileira não participar das eliminatórias para a copa de 2014, por ser país sede. Mas, em oito de julho de 2014, a diarista conhecida por Alemanha puxou o tapete a primeira vez e ai veio à tona toda a porcaria, até então “desconhecida” por grande parte da população. A pior derrota para o futebol brasileiro em pouco mais de 100 anos de história, Barbosa enfim, descansou em paz.

Dunga foi convocado como uma espécie de vassoura de ”última geração”, que acabaria, daria fim a toda imundície descoberta pela digníssima diarista e traria de volta a arrumação ao futebol verde amarelo, ledo engano. O tapete foi mais uma vez a válvula de escape encontrada pelos cartolas da Confederação Brasileira de Futebol, entretanto, um zelador de renome apareceu e novamente puxou o tapete do nosso futebol, o nome dele é pequeno, mas possui um poder gigantesco. O FBI conseguiu limpar da sede da CBF no Rio de Janeiro, uma das maiores sujeiras que já existiu por ali, Jose Maria Marin. Seu sucessor, Marco Polo Del Nero, que se exauriu das reuniões da Fifa e da Conmebol por medo de seguir os passos de seu líder, continua usando o famigerado tapete para esconder a safadeza existente no prédio localizado na Barra da Tijuca.

O Paraguai apareceu em junho deste ano, eliminando o Brasil da Copa América nas oitavas de Final, expondo mais uma vez a sujidade existente embaixo do tapete do ex melhor futebol do mundo. O Chile foi o diarista da vez, ontem na estreia da nossa seleção pelas eliminatórias da copa da Rússia, em 2018, derrota por 2x0, e a pergunta que fica é: quantos mais vão ser preciso para que nossos cartolas caiam em si e entendam que não somos mais os melhores, que paramos no tempo, que na melhor das hipóteses somos a terceira ou quarta melhor seleção das Américas?

Acredito que nos classificamos. Estamos passando por momentos difíceis, 7x1 até aguentamos, mas ficar fora de uma copa acho demais para nós brasileiros, não merecemos esse castigo. 


É preciso se desfazer das vassouras e dos tapetes, usar uma lavadora de alta pressão para limpar de verdade toda a porcaria entranhada de anos. Com isso, poder organizar o nosso futebol, a maior paixão do nosso povo e que nos dava tanto orgulho.