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Marcelo Oliveira |
Por Marcio Souza
O nosso país possui diversos “super técnicos”, ou seja,
aqueles multicampeões, com salários astronômicos e não menos arrogantes. É
certo que alguns estão aquém dos seus áureos tempos, como Vanderlei Luxemburgo
e Muricy Ramalho, outros, a mídia impôs esse rótulo, é o caso de Abel Braga e
Mano Menezes. Sem contar os semideuses dos técnicos tupiniquins, o pentacampeão
Felipão, que foi enxotado dessa categoria, após os 10 x 1 (Alemanha e Holanda),
da última copa, o outro semideus é o saudoso Telê Santana.
De 2010 pra cá, felizmente, vimos o surgimento de dois
nomes, talvez os melhores dos últimos tempos. Tite, atualmente treinador do
Corinthians e que tenho a leve impressão de que será o futuro técnico da
Seleção brasileira, e Marcelo Oliveira, que dirige o Palmeiras.
Feito esse breve contexto geral, separei o último nome da
lista, Marcelo Oliveira, para fazer uma espécie de linha do tempo do ex-
jogador como técnico de futebol, em especial de 2010 a 2015, e responder a
pergunta mestra do título deste post: Marcelo Oliveira pode ser considerado um
novo super técnico brasileiro? Vejamos.
Até outubro de 2010, Marcelo Oliveira era um técnico
desconhecido do grande público, intercalando passagens por times como CRB,
Atlético Mineiro, Paraná Club, entre outros. Em novembro do mesmo ano foi contratado
pelo Coritiba, a partir daí seu nome ficara um pouco mais conhecido,
principalmente após levar o time paranaense a duas finais da Copa do Brasil
seguidas, 2011 contra o Vasco e 2012 contra o Palmeiras, onde foi vice-campeão
em ambas.
Em setembro de 2012, sua história no coxa branca acaba. Chegou
ao Vasco, sua pior fase, passagem rápida e maus resultados.
2013 se inicia. Novo clube, agora no Cruzeiro, além do pé atrás
da torcida, por seu passado como jogador do maior rival, Atlético – MG, a
contestação continuava por parte da mídia, afinal, quando Marcelo Oliveira vai
ganhar um título? A resposta veio no fim do ano, campeão brasileiro de forma esplêndida,
sem chance para os adversários. Fato que se repetiu em 2014, ano em que chegou
também a final da Copa do Brasil, a terceira de sua carreira como treinador, e
como nas tentativas anteriores, foi derrotado, dessa vez com um quê de crueldade,
já que o adversário era o galo, seu ex-clube quando jogador e principal rival
da raposa.
Depois de anos quase seguidos de finais e glórias, 2015 se
apresentava como atípico para a sua recente história. Saiu do time mineiro e foi
contratado pelo palmeiras, seu algoz em 2012, naquela final da Copa do Brasil
no Couto Pereira. Título esse ano era tido como impossível, mas como costumo
dizer: no futebol o impossível é quase sempre liquidado, e eis que Marcelo
Chega a mais uma final de Copa do Brasil, a quarta em cinco anos, será que
agora o enredo terá final feliz, a sina de vice nessa competição vai ter fim? Será
que vão, enfim, colocá-lo no clube dos super técnicos? Caso saia campeão,
talvez sim, do contrário, dará combustível para aqueles que teimam em deixa-lo de
fora dessa seara. Para eles, como sempre, falta alguma coisa, falta ser campeão
da Copa do Brasil, da Libertadores, do Mundial...
Para mim, ele já é um super técnico, pois ser bicampeão
brasileiro na era dos pontos corridos e disputar quatro finais de Copa do
Brasil em cinco anos não é para qualquer um. E reitero, há nomes nesse clube
que não chegam se quer aos pés de Marcelo Oliveira.
Foto: Globoesporte.com